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20 de Abril de 2024
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    Walter Miranda cria registros iconográficos que revelam um universo desconhecido

    Muitos críticos afirmam que a linguagem da arte é um sistema de probabilidades, no qual as improbabilidades são introduzidas com igual importância, como contribuição à história das idéias. Podemos dizer que o ser humano é uma consciência suspensa num universo desconhecido.

    Entretanto, temos a convicção de que um dos pontos mais interessantes da arte de cada época é representado pelo estímulo das utopias. Existem, potencialmente, no homem e desde sempre "estados mentais" que podem ser imunes às condições estritamente racionais e que são inexplicáveis do ponto de vista do conhecimento.

    Do ponto de vista estritamente semântico, poderíamos acrescentar que a obra de arte é portadora de uma mensagem "ambígua", em virtude da pluralidade de significados que lhe são atribuídos e que convivem num só contexto. A experiência consciente e racional da realidade de Walter Miranda é resultado de um método operativo que deixa de lado propositadamente outras percepções que simplesmente chamaremos de "diferentes".

    Acreditamos que a busca do artista pode nos levar à revelação de um universo desconhecido. Assim o revela a lucidez e o detalhamento do seu desenho visionário, tanto quanto a misteriosa e irônica organização iconográfica dos seus símbolos, a sua meticulosa capacidade de perseverar com paciência o "mundo" secreto de suas elucubrações, que o levaram a amadurecer alguns ícones complexos e, certamente, de difícil leitura para alguns.

    No seu curioso "simbolismo" se mesclam enfaticamente algumas famílias de signos, de objetos, de produtos tecnológicos e de consumo da sociedade atual, que convivem livremente e emblematicamente com figuras que revelam a preocupação cotidiana do homem.

    Coligado a uma emoção, um acontecimento, um fato qualquer, ou mais simplesmente a uma idéia filosófica, religiosa, mágica ou cabalística, encontramos no centro desse universo "sem dúvida crítico" o olhar perscrutador de Walter Miranda, que nos observa sempre, mesmo quando não está presente.

    Em conclusão, podemos dizer que as obras "Nada de novo no front" e "Para não dizer que não falei do amor III", da série Admirável Novo Milênio (2002), realizadas em óleo e objetos sobre papelão de fabricação própria, doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, constituem um "registro da mente" e parecem trazer o sinal de um tempo que é concomitante com o espaço.

    O artista

    Walter L. L. Miranda nasceu em São Paulo, em 1954, e desde 1976 exerce a profissão de artista plástico. Professor de desenho, aquarela, pastel, nanquim, figura humana e pintura no Atelier Oficina FWM. Paralelamente trabalha como designer gráfico, criando embalagens, fazendo editoração eletrônica, criando folhetos publicitários etc.

    Participou de 53 salões de arte, onde obteve 15 prêmios, 44 exposições coletivas e 12 individuais, tendo sido homenageado duas vezes por sua atividade profissional. Suas obras encontram-se em coleções de diversos museus, instituições culturais e coleções particulares de países da América Latina e Estados Unidos.

    Foi membro da Comissão Estadual de Artes Plásticas no período de 1988 a 1992 e vem atuando como membro de júri em salões de artes desde de 1987.

    Participou do Congresso Mundial sobre a Condição do Artista, organizado pela Unesco, em Paris (1997); do 1º Encontro Latino-Americano de Artistas Plásticos, como representante do Brasil, em La Paz, Bolívia (1991); foi presidente do Comitê Regional Brasileiro para a Aiap - Associação Internacional de Artes Plásticos, filiada à Unesco (1989-1991) e atuou intensamente no Congresso da Aiap, em Leon, Espanha (1989), e na 12ª Assembléia Geral da Aiap, em Madri, Espanha (1989). Foi presidente da Associação Pré-Sindical dos Artistas Plásticos de São Paulo.

    Além de pintar um importante mural na Faculdade de Artes Plásticas de La Paz (1991) e outro no Museu Regional de Arte Costarriquenha (1992), o artista realiza periodicamente conferências sobre arte e escreve artigos em jornais e revistas especializadas.

    Possui obras em diversas coleções particulares e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

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