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19 de Abril de 2024
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    Opinião: Sim! Nós podemos ajudar no combate ao câncer!

    Dezenas de famílias de todas as regiões do Estado e até mesmo de outras unidades da federação respiram, momentaneamente, a esperança de que podem vencer a luta contra o câncer.

    Recente decisão do Tribunal de Justiça determina que o campus de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP) forneça a aproximadamente 800 pacientes uma substância sintética denominada fosfoetanolamina sintética, ou seja, uma combinação de uma substância muito comum, chamada monoetanolamina "utilizada na produção de xampus para cabelo" e o ácido fosfórico, que é um conservante de alimentos. Com essa combinação gera-se uma substância chamada fosfoetanolamina, um marcador de células diferenciadas, que são as consideradas células cancerosas. Essa mesma substância é fabricada dentro das células de músculo longo e no fígado. Esse composto não pode ser considerado natural porque é sintetizado, mas a sua propriedade propicia que o paciente crie defesa de células que se diferenciam.

    Em pelo menos dez publicações nas melhores revistas de oncologia do mundo, o professor aposentado da USP Gilberto Orivaldo Chierice afirma que o composto produzido pelo campus de São Carlos, ao ser utilizado no tratamento contra o câncer, primeiramente, "passa do trato digestivo para o sistema sanguíneo, vai até o fígado e forma uma reação junto com o ácido graxo, que é uma substância que vai alimentar o tumor. É a energia do tumor. E ela entra junto com essa substância na célula. Quando ela entra, essa célula está relativamente parada, ou seja, a organela principal dela, chamada mitocôndria, está parada. Ela obriga a mitocôndria a trabalhar e, quando ela obriga, ela se denuncia para o sistema imunológico e a célula é liquidada".

    Poderia continuar ocupando esse espaço com os ensinamentos desse professor que tem 25 anos de experiência na área de ciência e coordenou por mais de 20 anos os estudos com esse composto que"está aí, à disposição, para quem quiser curar câncer".

    Mas, por outro lado, vejo que houve certa paralisação dos órgãos estaduais nestas duas décadas. Hoje, esse medicamento ainda não obteve o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) "órgão federal que regulamenta a produção de medicação no Brasil. Segundo a instituição, não existe um processo formal para a avaliação do produto em seus registros e que não houve por parte da USP iniciativa ou atitude prática no sentido de transformar o produto em um medicamento. A agência ainda afirma que é preciso apresentar documentos e análises clínicas.

    Por várias vezes o professor Gilberto Chierice procurou viabilizar o processo na agência, mas sempre esbarrou na cobrança de dados clínicos. Ainda em busca de uma alternativa, o professor solicitou que o órgão então indicasse um hospital público onde pudesse realizar os testes, mas até agora não houve um retorno.

    Até agora apresentei dados e informações para chegar ao ponto de afirmar que nós temos, em nossas mãos, a condição de dar esperança para centenas de pessoas que sofrem com essa terrível doença, e as autoridades estaduais e federais estão estagnadas, esperando que caísse do céu uma autorização para que os pacientes possam sobreviver.

    Vou transcrever um trecho da entrevista concedida pela esteticista Tatiana Cristina Rodrigues ao site G1, que conta o que está acontecendo com a filha Júlia, de 14 anos."Ela começou a tomar a fosfoetanolamina há 40 dias, depois que o câncer evoluiu. Tentamos tudo. Quimioterapia, transplante, abriu, fechou e deu metástase no abdômen. Há 40 dias eu fiquei sabendo que não tinha mais o que fazer. O professor Gilberto mandou a medicação para a Júlia. Isso foi numa quarta-feira. A Júlia estava bem debilitada, com diarreia, vômito. Muito ruim mesmo. Ela voltou para a escola na segunda-feira. Isso foi aos poucos, ela começou a ter apetite, ela engordou de 36,7 para 40,1 quilos. A Júlia está muito bem".

    O que falta, então, para que esse medicamento seja regularizado e distribuído gratuitamente para as pessoas que enfrentam essa doença?

    As autoridades estão esperando outros países começarem a fabricá-la e depois vender para as autoridades brasileiras por um preço altíssimo? Sabem quanto custa cada cápsula produzida pela USP de São Carlos: menos de R$ 0,10. É isso mesmo. Menos de dez centavos.

    Apelo para o governador Geraldo Alckmin e para o secretário da Saúde, David Uip, que decidam esse problema com urgência. Que priorizem o processo de fabricação desse medicamento. E que salvem vidas.

    Não quero imaginar que a má vontade das autoridades nestes últimos 20 anos tenha sido proposital. Não quero sequer especular que alguém está esperando para ganhar muito dinheiro com essa descoberta da cura do câncer.

    Como parlamentar estadual, conheço famílias que vivem e sobrevivem com a esperança da cura desta terrível doença. E espero que, de uma vez por todas, alguma coisa seja feita.

    Que as vidas dessas pessoas sejam salvas. Que o poder econômico de grandes indústrias farmacêuticas não esteja por detrás dessa letargia das autoridades.

    Estou cobrando respostas imediatas e, mais ainda, medidas e ações que tragam às famílias que lutam contra o câncer a certeza de que em nosso Estado a vida das pessoas tem valor para os nossos governantes.

    Que a luz divina ilumine as nossas autoridades e que a esperança e a cura se tornem uma realidade para dezenas de seres humanos.

    Com a palavra o pai, avô e médico Geraldo Alckmin!

    Rafael Silva é deputado estadual, líder do PDT na Assembleia Legislativa e membro efetivo da Comissão de Ciência e Tecnologia

































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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/opiniao-sim-nos-podemos-ajudar-no-combate-ao-cancer/243059583

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