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18 de Abril de 2024
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    Opinião - Um bilhão de candidatos à morte precoce

    Li, em artigo do médico Dráuzio Varella - publicado no jornal Folha de S.Paulo do último dia 14/4, fundado no mais completo estudo sobre a prevalência mundial do fumo em publicação da revista The Lancet - alguns dados realmente estarrecedores sobre a mortífera droga representada pelo fumo:

    1) Quase 1 bilhão de pessoas fumam no mundo e o cigarro é a principal causa de morte precoce em mais de cem países;

    2) Em relação a 1990, a porcentagem de fumantes na população caiu de 18% nos homens e 34% nas mulheres;

    3) Embora a prevalência tenha caído 30% entre 1990 e 2015, o crescimento populacional elevou o número total de fumantes de 870 milhões para 933 milhões no mesmo período;

    4) Apesar da redução da prevalência, a mortalidade aumentou 4,7%;

    5) Em 2015, houve 6,4 milhões de mortes atribuíveis ao cigarro;

    6) Em 1990 fumar estava entre as cinco principais causas de incapacitação para o trabalho em 88 países; o número aumentou para 109 em 2015.

    No Brasil, enquanto isto, segundo estudo conduzido pela pesquisadora Emmanuela Grakidou, o país apresentou a terceira maior queda mundial na prevalência em ambos os sexos; 55%. Em 1990, cerca de 30% dos brasileiros com mais de 15 anos fumavam; atualmente, são pouco mais de 10%. Essa redução foi alcançada através de um conjunto de políticas públicas, entre tais: aumento de impostos, restrições à publicidade e ao fumo em lugares públicos; imagens expostas nos maços de cigarros e, sobretudo, divulgação dos malefícios pelos meios de comunicação de massa. Mesmo com essa queda porcentual, ainda assim o Brasil está no ranking dos dez países com maior número absoluto de fumantes, ao lado de China, Indonésia, Estados Unidos, Rússia, Bangladesh, Japão, Alemanha e Filipinas.

    Em pronunciamento recente, na tribuna da Alesp, novamente conclamei o governador Geraldo Alckmin a "inclusive como médico" assumir a liderança de uma guerra sem trégua ao vício de fumar no estado de São Paulo! Conclamei-o a usar a força e o prestígio do seu cargo para mostrar, ao Brasil, exemplo de como seria possível melhorar "e em muito" a saúde pública sem gastar muito dinheiro, apenas fazendo campanhas e mobilizando as pessoas, notadamente as famílias, as Igrejas e as escolas. Devem ser convocados, nessa guerra, os professores, os padres, os pastores e os chefes de família a orientarem jovens e adultos sobre a importância de se evitar um vício do qual, infelizmente, poucos conseguem se libertar.

    Essa situação pode e deve ser mudada; o papel reservado ao governador, entendo eu, é preponderante para tornar o Estado de São Paulo um modelo a ser seguido por todo o Brasil.... Se não podemos recuperar quem já se deixou vencer pelo vício, cabe-nos "como homens públicos conscientes" o dever de tudo fazer para impedir o surgimento de novos viciados..

    * Welson Gasparini é deputado pelo PSDB, advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto



















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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/opiniao-um-bilhao-de-candidatos-a-morte-precoce/451424629

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    Quanta satisfação tive ao ler (e reler) esta manifestação do deputado Welson Gasparini que, ao convocar o atual governador de seu estado (e membro de seu partido político) a liderar um movimento que vise proteger crianças e adolescentes da experimentação de nicotina e iniciação no tabagismo, vem ao encontro da principal missão de nossa organização não governamental _ Centro de Apoio ao Tabagista, qual seja: conscientizar os jovens sobre os riscos do uso de tabaco, sob quaisquer formas que se apresente.
    Do ponto de vista econômico, o investimento na conscientização quanto aos riscos de fumar é amplamente compensado pela diminuição dos gastos em tratamento de saúde, absenteísmo no trabalho e pagamento de benefícios previdenciários.
    Rogamos que a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo faça eco para as ideias ora levantadas pelo deputado Gasparini e, de forma suprapartidária, contribuam para a construção de um processo que inclua neste enfrentamento, como proposto, o setor educação e lideranças comunitárias de quaisquer matizes, inclusive religiosos. Desde já, nos colocamos à disposição do mandato do deputado, para aprofundamento desta discussão. continuar lendo